A vida acerta sempre

Não se procura a idade a uma senhora é certo, mas como ninguém me perguntou, é de livre e expontânea vontade que, volto ao blogue depois de quase um mês e  já na casa dos quarentas.
Confesso que ainda tenho tantos sonhos em mim, muitos deles nada dificeis de concretizar mas pelas escolhas da vida eles próprios tornam-se um impossível na minha vida. Outros tenho em que não perco a esperança e a fé que me acompanha na caminhada da vida e por eles vivo. De entre tantos um deles é escrever um livro, gostava mesmo. Penso que me iria realizar como pessoa e mais importante que isso, poderia ajudar alguém que ás vezes passa pelo mesmo que nós a entender e ultrapassar melhor certas  escolhas e decisões importantes que se fazem na vida.
Ás vezes por falta de informação, por falta de escapatória, por falta de coragem ou até por estupidez maior e de conhecimento, tomamos decisões com a cabeça quente das quais nos arrependemos vivamente e para o resto das nossas vidas. Um dia li a frase que é mestra de sabedoria, ou deveria ser para cada um de nós: « Não prometa nada quando estiver feliz, não responda nada quando estiver irritado, não decida nada quando estiver triste.»
Isto para chegar a esta parte que quero salientar, pois hoje pela manhã ouvi esta frase de alguém já com uma certa idade que chorava ao dizer: por mais anos que viva nunca me esquecerei pois se o arrependimento matasse já cá não estava.
Fiquei a pensar nesta frase que tantas vezes nos segue e persegue ao longo de tantos momentos em que a escolha tem de ser feita em  segundos ou dias  e por vezes não é a melhor, mas o que é certo é que tem mesmo de ser tomada.
Esta senhora de idade chora um aborto que fez e do qual hoje com quase 90 anos se recorda perfeitamente, não do dia especifico,  mas de ver o próprio filho/filha  morto/a e já com algumas semanas dentro de um balde na própria casa e por decisão da mesma.
A minha historia pessoal não é idêntica porque a minha escolha de cabeça quente e no meio da tristeza das circunstancias do momento, foi o oposto desta, escolhi a vida pois as crianças não têm culpa das escolhas dos pais.
Era manhã quando recebi o telefonema da clínica a confirmar o que já sentia dentro de mim: Parabéns, os exames deram positivo, vai ser mãe.
Senti um friozinho na barriga  quando tive a certeza de todas as certezas. E agora? Tinha vinte e poucos anos, grávida, sem casa, com namoro incerto, sem planos e agora  avizinhavam-se grandes responsabilidades, mas em prioridade ligar feliz ao pai(namorado) a dar a noticia do acontecimento.
A felicidade depressa deu lugar á tristeza,  pois foi-me dito que a única solução era fazer um aborto pois não aceitavam esta gravidez, á qual respondi que a única solução era dar vida ao meu filho e assim foi até hoje. Um filho qualquer um faz, um Pai dificilmente se consegue lá chegar se não tivermos coração. e responsabilidades. 
E sendo assim sou Mãe solteira com um menino lindo e feliz, hoje já com 13 anos e vivo de consciência limpa pela escolha certa.
Presentemente já sei testemunhar que nos tornamos mais fortes, capazes e seguros quando em vez de baixar a cabeça e nos deixarmos levar por dores, temores e inseguranças, termos a coragem de fazer exatamente o contrario: erguer a cabeça, olhar para cima e acreditar com fé e com toda a força da vida: No momento certo tudo se acerta.

Comentários

Miguel disse…
Iniciei a leitura com saudades e uma grande certeza dentro de mim, fruto da experiência. Iria gostar com 90 e tal por cento de segurança. Mais uma vez nao só gostei como voltei a emocionar me.ja oassei por situações parecidas que correram menos bem mas sem responsabilidade de qualquer opção. Digo que a vida lá terá as suas razões mas aqui duvido. Obrigado pela partilha e parabéns à mãe e ao filho.

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